MODELAR O COMPORTAMENTO

novas estratégias do Banco Mundial para a educação na periferia do capitalismo

Palavras-chave: Política Educacional, Organismos Internacionais, Banco Mundial, Aprendizagem, Comportamento

Resumo

Na última década, o Banco Mundial tem redefinido sua atuação no campo internacional da educação, orientada particularmente a subsidiar as políticas públicas na periferia do capitalismo, a partir de uma dupla perspectiva. De um lado, o foco nas aprendizagens permitiu uma redefinição do lugar e do escopo dos sistemas educacionais no conjunto das estratégias educacionais nacionais na perspectiva do “desenvolvimento” e do “combate à pobreza”. De outro lado, a agenda de “desenvolvimento” proposta tem incorporado a perspectiva de um novo behaviorismo, com foco na modelagem das condutas da população para a promoção de processos de tomada de decisões que permitam aos pobres sua inserção produtiva ou, pelo menos, uma adaptação positiva para contextos cada vez mais adversos. O presente artigo propõe uma análise dessa nova estratégia, tomando como referência os documentos mais recentes produzidos pelo Grupo Banco Mundial, examinando seus pressupostos e implicações sobre as políticas de educação e outras políticas públicas desenvolvidas nos países da periferia do capitalismo.

Biografia do Autor

Marcela Alejandra Pronko, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/FIOCRUZ), Brasil

Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense. Atua como docente-pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/FIOCRUZ). É professora colaboradora do Mestrado em Política e Gestão da Educação da Universidad Nacional de Luján (Argentina).

Referências

BANCO MUNDIAL. Aprendizagem para todos. Estratégia de Educação 2020 do Grupo Banco Mundial. Resumo Executivo, Washington D.C. Banco Mundial, 2011.

BROAD, R. Research, Knowledge, and the Art Paradigm Maintenance, The World Banks Development Economics Vice-Presidency (DEC); Review of International Political Economy 13:3 (August 2006): 387-419, 2006.

BRUNS, B. e LUQUE, J. Docentes excelentes: Cómo mejorar el aprendizaje en América Latina y el Caribe, Washington, DC, Banco Mundial. 2014.

CAMMACK, P. ‘The World Development Report 2015: Programming the Poor’, Working Papers Series: The Multilateral Development Banks and the Global Financial Crisis, No. 7, Southeast Asian Research Centre, City University of Hong Kong, December 2014.

PEREIRA, J.M.M. As ideias do poder e o poder das ideias: o Banco Mundial como ator político-intelectual, Revista Brasileira de Educação v. 19 n. 56, p. 77-100, jan.-mar. 2014.

PRONKO, M. O Banco Mundial no campo internacional da educação, em PEREIRA, J.M.M. e PRONKO, M. (orgs.). A demolição de direitos: um exame das políticas do Banco Mundial para a educação e a saúde, Rio de Janeiro: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, 2014, p. 89-112.

VERGER, A.; EDWARDS Jr., D. B.; ALTINYELKEN, H.K. Learning from all? The World Bank, aid agencies and the construction of hegemony in education for development, Comparative Education, 50(4): p. 381–399, 2014.

WORLD BANK. World Development Report 2015: Mind, Society, and Behavior. Washington, DC: World Bank, 2015.

WORLD BANK. World Development Report 2018: Learning to Realize Education’s Promise. Washington, DC: World Bank, 2018.
Publicado
30-06-2019
Como Citar
PRONKO, M. MODELAR O COMPORTAMENTO. RTPS - Revista Trabalho, Política e Sociedade, v. 4, n. 6, p. p. 167-180, 30 jun. 2019.