A FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA NA PERIFERIA DO CAPITALISMO

Contribuições marxistas

Palavras-chave: Educação Ambiental, Transformação Social, Marxismo

Resumo

Os elevados níveis de degradação ambiental impostos às regiões “periféricas” do capitalismo no seu atual estágio de desenvolvimento impõem à educação ambiental um duplo papel histórico: como ferramenta para o exercício da hegemonia por parte das frações dominantes e como instrumento de luta a ser apropriado pela classe trabalhadora em seu movimento de libertação. Nosso objetivo neste texto é, além de apresentar argumentos que sustentem a relevância da categoria marxista da “totalidade” nos processos de formação em educação ambiental crítica que visem à transformação social, discutir algumas implicações práticas que a compreensão desta categoria oferece aos processos educativos formais e não formais.

Biografia do Autor

César Augusto Soares da Costa, Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), Brasil

Doutor em Ciências Humanas pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), com Pós-Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Direito e Justiça Social da FURG. Atua como docente no Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos da Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), onde coordena o Núcleo de Estudos Latino-Americanos (NEL/UCPEL). É Pesquisador do Laboratório de Investigações em Educação, Ambiente e Sociedade (LIEAS/UFRJ).

Inny Accioly, Universidade Federal Fluminense (UFF), Brasil

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com Pós-Doutorado em Educação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Atua como professora da Universidade Federal Fluminense. É Pesquisadora do COLEMARX (UFRJ) e do Laboratório de Investigação em Educação Ambiente e Sociedade (LIEAS/UFRJ).

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Publicado
30-06-2017
Como Citar
COSTA, C. A.; ACCIOLY, I. A FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA NA PERIFERIA DO CAPITALISMO. RTPS - Revista Trabalho, Política e Sociedade, v. 2, n. 2, p. p. 23-42, 30 jun. 2017.