O GERENCIALISMO EDUCACIONAL SOB O ESPECTRO DO ETHOS EMPRESARIAL
Resumo
Este artigo apresenta uma reflexão sobre as influências dos modelos de gerenciamento fabril nos processos de gestão escolar. Baseamo-nos no conceito de complexo combinado de gerencialismo fabril para designar como as empresas combinam elementos do taylorismo/fordismo e do toyotismo, com vistas a satisfazer às expectativas de acumular mais capital. Apresentamos como a gestão escolar baseada na centralização e hierarquização das decisões foi sendo criticada por educadores que reivindicavam uma gestão mais democrática e participativa. Contudo, explicitamos como esta defesa foi sufocada pela reestruturação produtiva e pelo surgimento de um complexo combinado de gerencialismo educacional, no qual a participação não possui um caráter democrático, limitando-se ao nível do cumprimento das metas pré-estabelecidas por agentes externos à escola.
Referências
ANDERSON, Perry. Espectro: da direita à esquerda no mundo das ideias. São Paulo: Boitempo, 2012.
ALVES, Giovanni. Trabalho e subjetividade: o espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório. São Paulo: Boitempo, 2011.
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaios sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2007.
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho?: ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 2010.
BANCO MUNDIAL. Prioridades y estrategias para la educación. Washington, DC: Banco Mundial, 1996. Disponível em: http://www-wds.worldbank.org/external/default/WDSContentServer/WDSP/IB/2005/06/13/000160016_20050613172136/Rendered/PDF/14948010spanish.pdf. Acesso em: 14/03/2014
BASTOS, Suzana Quinet de Andrade. Tempo e espaço nas estratégias de desenvolvimento local: estudo de caso em Juiz de Fora (MG). In: FAVRÉ, Yves-A; HASENCLEVER (orgs.). Caleidoscópio do desenvolvimento local no Brasil: diversidade das abordagens e das experiências. Rio de Janeiro: E-papers, 2007.
BORGES, Livia de Oliveira; YAMAMOTO, Oswaldo H. Mundo do trabalho: construção histórica e desafios contemporâneos. In.: ZANELLI, José Carlos; ANDRADE-BORGES, Jairo Eduardo; BASTOS, Antonio Virgílio Bittencourt. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BOTELHO; Adriano. Do fordismo à produção flexível: a produção do espaço num contexto de mudanças das estratégias de acumulação do capital. São Paulo: Annablume, 2008.
BHOTE, Keki R. Qualidade de classe mundial (WQC): uso do projeto de experimentos para alcançá-la. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 23 de dezembro de 1996, publicada no D.O.U de 23/12/1996, Seção I, p. 27839.
BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
CARVALHO, Alba Maria Pinho; GUERRA, Eliana Costa. Tempos contemporâneos: trabalhadores supérfluos no fio da navalha da lógica do capital. In.: SOUSA, Antonia Abreu; ARRAIS NETO, Enéas de Araújo; FELIZARDO, Jean, Mari; CARDOZO, Maria José Pires; BEZERRA, Tânia Serra Azul. Trabalho, capital mundial e formação dos trabalhadores. Fortaleza: Ed. Senac Ceará, Edições UFC, 2008. p. 85-102
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CLARK, Simon. Crise do fordismo ou crise da social democracia? In.: O presidencialismo em questão & welfare state e experiências neoliberais. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, São Paulo: Marco Zero n. 24, set, 1991.
CORREIA, Wilson. Piaget: que diabo de autonomia é essa? Currículo sem Fronteiras, v.3, n.2, pp.126-145, Jul/Dez 2003. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol3iss2articles/correia.pdf. Acesso em: 23/04/2013 p. 126-145
COSTIN, Claudia. Administração pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
DREIFUSS, René Armand. A época das perplexidades: mundialização, globalização, planetarização: novos desafios. Petrópolis: Vozes, 1997.
GADOTTI, M. A autonomia como estratégia da qualidade de ensino e a nova organização do trabalho na escola. Petrópolis: Vozes, 1995. LOPES, J. Uma introdução ao Estudo da Escola do Terceiro Milênio: a escola contingencial. In: Revista de Administração Educacional. Recife, v.1, n. 1, p1-88, 1997.
GIANNOTI, José Arthur. Origens da dialética do trabalho: estudo sobre a lógica do velho Marx. Rio de Janeiro: Centro Edelstein, 2010. Disponível em: ˂http://books.scielo.org˃
GREIDER, William. O mundo da corda bamba: como entender o crash global. São Paulo: Geração Editorial. 1997.
KALLEBERG, Arne L. O trabalho precário nos Estados Unidos. In.: OLIVEIRA, Francisco de; RIZEK, Cibele (orgs.). Hegemonia às avessas: economia, política e cultural na era da servidão financeira. São Paulo: Boitempo, 2010.
KREIN, José Davi. Balanço da reforma trabalhista do governo FHC. In.: PRONI, Marcelo Weishaupt; HENRIQUE, Wilnês. Trabalho, mercado e sociedade: o Brasil nos anos 90. São Paulo: Editora Unesp, 2003.
LEÃO, Antônio Carneiro. Introdução à administração escolar. 3 ed. São Paulo: CIA Editora Nacional, 1953.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. ed. 5. Goiânia: Alternativa, 2004.
LOIOLA, Elisabeth; BASTOS, Antonio Virgilio Bittencourt; QUEIROZ, Napoleão dos Santos; SILVA, Tatiana Dias. Dimensões básicas de análise de organizações. In.: ZANELLI, José Carlos; BORGES-ANDRADE, Jairo Eduardo; BASTOS, Antonio Virgílio Bittencourt. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
MARX, Karl. Manuscritos econômicos filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2006.
MÉSZÁROS, István. O desafio e o fardo do tempo histórico: o socialismo no século XXI. São Paulo: Boitempo, 2007.
PARO, Vitor Henrique. Administração Escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2002.
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. A crítica da direita e da esquerda a um estdo de crise. In.: Ética, política e gestão. Revista de Cultura Política, n.25. São Paulo: Marco Zero, 1992. p. 225-250
PERONI, V. Política educacional e papel do estado. São Paulo: Xamã, 2003.
RIBEIRO. Ensaio de uma teoria de administração escolar. Ed. rev., anot. e ampl. por João Gualberto de Carvalho Meneses. São Paulo: Saraiva, 1978.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
SANTOS, Ana Lúcia Felix dos. Gestão Democrática da Escola: bases epistemológicas, políticas e pedagógicas. In: 29ª Reunião Anual da ANPED, 2006, CAXAMBU. Anais da 29ª Reunião Anual da ANPED, 2006
SOUZA, Donaldo Bello de; FARIA, Lia C. Macedo. Reforma do Estado, descentralização e municipalização do ensino no Brasil: a gestão política dos sistemas públicos de ensino pós LDB 9394/96. Ensaio: Avaliação e políticas públicas em educação, Rio de Janeiro, v.12, n.45, p.925-944. Out/dez.2004.
SPOSITO, E. S. Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do pensamento geográfico. São Paulo: Editora Unesp, 2004. Disponível em: ˂http://books.scielo.org.˃
VASAPOLLO, Luciano. O trabalho atípico e a precariedade. São Paulo: Expressão Popular, 2005.
VEIGA, I. P. A. (Org.) Projeto político pedagógico – uma construção possível. Campinas, SP: Papirus, 1997.
Copyright (c) 2016 RTPS - REVISTA TRABALHO, POLÍTICA E SOCIEDADE
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE DIREITO AUTORAL
Ao submeterem originais à RTPS, o(a) autor(a) ou autores manifestam concordância com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à RTPS o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).