DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE ALGUMAS ANGIOSPERMAS NO PARQUE NACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Palavras-chave: Lista vermelha, Biodiversidade, Mata atlântica

Resumo

A avaliação das espécies ocorrentes em Unidades de Conservação (UC) é uma importante ferramenta para a compreensão e conservação da flora. O Parque Nacional Serra dos Órgãos (PARNASO) está inserido em Domínio Atlântico e é apontado como a UC mais representativa em número de espécies do estado do Rio de Janeiro. O objetivo deste trabalho foi analisar as 18 famílias de Angiospermas com maior riqueza no PARNASO, além de reavaliar e atualizar a categoria de ameaça das espécies avaliadas pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). O levantamento das espécies para reavaliação do seu estado de ameaça foi realizado através do Plano de Manejo do Parque e dos herbários virtuais (e.g. Splink e JABOT). O grau de ameaça das espécies foi avaliado através dos cálculos de Área de Ocupação (AOO) e Extensão de Ocorrência (EOO), utilizando a ferramenta GeoCAT.  Foram encontradas 78 espécies consideradas ameaçadas, a maior parte nas categorias Em Perigo, Vulnerável e Quase ameaçadas. Destas espécies, pelo menos 24 não possuem coletas nos últimos 100 anos. Os dados encontrados reforçam a importância de atualizar a lista de espécies e reavaliar a flora do PARNASO, para fornecer subsídio às tomadas de decisões e priorizar ações de conservação.

Referências

Bland LM, Collen B, Orme CDL, Bielby J (2014) Predicting the conservation status of data deficient species. Conservation Biology, 10.1111/cobi.12372.

Bocayuva MF (2005) A Família Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha, Rio de Janeiro, Brasil. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, RJ: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Camara-Neto C, Chaves-Camara I, Medeiroas SC, et al. (2007) Rescuing Cattleya granulosa Lindley in the Wild. Lankesteriana 7(1-2): 243-246.

CITES Cactaceae Checklist third edition, (2016, compiled by D. Hunt) as a guideline when making reference to names of species of Cactaceae and the amendments and updates outlined in A Supplement to the CITES Cactaceae Checklist Third Edition 2016. (Hunt, D. 2018). The checklist and its supplement can be found on the website of the Royal Botanic Gardens, Kew, UK at: goo.gl/M26yL8

CITES – Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (2020) Disponível: <https://cites.org/esp/disc/specie>.

Coelho MAN, Baumgratz JFA, Lobão AQ, Sylvestre LS, Trovó M, Silva LAE (2017) Flora do estado do Rio de Janeiro: avanços no conhecimento da diversidade. Rodriguésia 68(1): 1-11. <https://doi.org/10.1590/2175-7860201768101>

CNCFlora (2012) Lista Vermelha da flora brasileira. Disponível: <http://cncflora.jbrj.gov.br>.

Davis EG, Naghettini MC (2000) Estudo de chuvas intensas no Estado do Rio de Janeiro. 2.ed. revista e ampliada. Brasília: CPR/Serviço Geológico do Brasil.

Flora do Brasil (2020) Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB182>.

Forzza RC, Baumgratz JFA, Bicudo CEM, Carvalho-Jr AA, Costa A, Costa DP, Hopkins M, Leitmann PM, Lohmann LG, Maia LC, Martinelli G, Menezes M, Morim MP, Coelho, MAN, Peixoto AL, Pirani JR, Prado J, Queiroz LP, Souza VC, Stehmann JR, Sylvestre LS, Walter BMT, Zappi D (2010) Catálogo de plantas e fungos do Brasil. 2 vols. Andrea Jakobsson Estúdio Editorial/Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1699p.

Garcia FCP & Bonadeu F (2020) Inga in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB100935>.

Garrard GE, Bekessy SA, Mccarthy MA, Wintle BA (2008) When have we looked hard enough? A novel method for setting minimum survey effort protocols for flora surveys. Austral ecology 33: 986-998.

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio (2007) Plano de manejo Área de Proteção Ambiental da Região Serrana de Petrópolis. Brasília, março de 2007.

Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza - IBDF/FBCN (1980) Plano de Manejo: Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Brasília, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza. 96p.

Instituto Chico Mendes de Biodiversidade - ICMBio (2008) Plano de manejo do parque nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO). Disponível: <http://www.icmbio.gov.br/parnaso/>.

International Union for Conservation of Nature – IUCN (2019) The IUCN Red List of Threatened Species. Disponível: <http://www.iucnredlist.org>.

International Union for Conservation of Nature – IUCN (2012) Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. Versão 2.012,2. Disponível em: .

Lorenzi H (2002a) Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 4 ed., v. 1, Nova Odessa: Instituto Plantaurum, 368p.

Lorenzi H (2002b) Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2 ed., v. 2, Nova Odessa: Instituto Plantaurum, 368p.

Lorenzi H, Souza HM (2008) Plantas Ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 4 ed., Nova Odessa: Instituto Plantaurum. 1088p.

Lorenzi H (2009) Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 1 ed., v. 3, Nova Odessa: Instituto Plantaurum, 384p.

Martinelli G, Vieira CM, Gonzalez M, Leitman P, Piratininga A, Costa A F & Forzza, RC (2008) Bromeliaceae da Mata Atlântica Brasileira: Lista de espécies, distribuição e conservação. Rodriguésia 59(1): 209-258. <https://doi.org/10.1590/2175-7860200859114>.

Martinelli G, Valente ASM, Maurenza D, Kutschenko DC, Judice DM, Silva DS, Fernandez, EP, Martins EM, Barros FSM, Sfair JC, Santos-Filho LAF, Abreu MB, Moraes MA, Monteiro, NP, Pietro PV, Fernandes RA, Hering RLO, Messina T, Penedo, TSA (2013) Avaliações de risco de extinção de espécies da flora brasileira. In: Martinelli G. & Moraes MA (orgs.) Livro vermelho da flora do Brasil. Parte I. Capítulo 5. Andrea Jakobsson & Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Pp. 60-78.

Martinelli G, Moraes MA (2013) Livro vermelho da flora do Brasil. 1 ed. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson, Rio de Janeiro. 1100 p.

Martinelli G, Martins E, Moraes M, Loyola R, Amaro R (Orgs.) (2018) Livro Vermelho da Flora Endêmica do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson, Rio de Janeiro. 456 p.

Martins E, Martinelli G, Loyola R (2018) Brazilian efforts towards achieving a comprehensive extinction risk assessment for its known flora. Rodriguésia, v.69(4): 1529-1537.

Ministério do Meio Ambiente - MMA (2014) Portaria nº443, de 17 de dezembro de 2014. Diário Oficial da União, seção 1, nº 245, 18 de dezembro de 2014. p. 110-121. Disponível: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/static/pdf/portaria_mma_443_2014.pdf>.

Ministério do Meio Ambiente – MMA (2008) Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008. Disponível: <https://www.ibama.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&force=1&legislacao=114465>.

Ministério do Meio Ambiente - MMA (2020) Disponível: <https://www.mma.gov.br/areas-protegidas/unidades-de-conservacao>.

Munhoz CBR, Araújo GM (2011) Métodos de Amostragem do Estrato Herbáceo subarbustivo. In: Felfili, J.M.; Eisenlohr, P.V.; Melo, M.M.R.F.; Andrade, L.A.; Meira Neto, J.A.A. (Ed). Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de caso. Editora da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais. vol. 1, p. 213-230.

Myers N, Mittermeier RACG, Fonseca GAB, Kent J (2000) Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-858.

Peixoto, OL (1995) Associação de anuros a bromeliáceas na Mata Atlântica. Revista Série Ciências da Vida 17(2): 75-83.

Pinto LP, Bedê L, Paese A, Fonseca M, Paglia A & Lamas I (2006) Mata Atlântica Brasileira: os desafios para conservação da biodiversidade de um hotspot mundial. Biologia da conservação: essências. São Carlos: RiMa, 91-118.

Rizzini CT (1954) Flora Organensis. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 18: 115-246.

Rizzini CT (1997) Tratado de fitogeografia do Brasil. 2ª Edição. Âmbito Cultural Edições Ltda, Rio de Janeiro.

Rocha CFD et al. (2004) Conservando uma larga porção da diversidade biológica através da conservação de Bromeliaceae. Vidalia 2(1): 52-68.

Silva ACDC, Prata APDN, Souto LS, Mello AAD (2013) Aspectos de ecologia de paisagem e ameaças à biodiversidade em uma unidade de conservação na Caatinga, em Sergipe. Revista Árvore 37(3): 479-490.

Stehmann JR (2011) Distribution and Endemism of Angiosperms in the Atlantic Forest. Natureza & Conservação 9: 188-193.

Thiers BM (2021) Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível: <http://sweetgum.nybg.org/science/ih/>.

Werneck MDS, Sobral MEG, Rocha CTV, Landau EC, Stehmann JR (2011) Distribution and Endemism of Angiosperms in the Atlantic Forest. Natureza & Conservação 9: 188-193.

Veloso H, Rangel-Filho A, Lima J (1991) Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Zappi D, Oliveira JA, Calió MF, Gomes M, Negrão R, Moraes M, Amaro R, Messina T, Wimmer F, Novaes L, Margon H (2018) Livro vermelho da flora endêmica do estado do Rio de Janeiro. In: Martinelli G, Martins E, Moraes M, Loyola R, Amaro R (Orgs.) Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson, Rio de Janeiro. p. 406-419.

Zaslawski A (2008) Cattleya guttata - The Coastal Beauty. Orchids, p. 278-289.

Publicado
16-12-2021
Edição
Seção
Artigos